sábado, 11 de outubro de 2008

Perguntas de um espectador que teme ser convertido


Será o futebol uma forma de hipnotismo de massa, de dominação da mente, de idolatria, de irracionalidade, por um símbolo , uma cor, um "time"?
O que é este momento único, embora esparso, ocasional, ainda que costumeiramente semanal, em que uma multidão ( milhares, muitos milhares) de torcedores se sente mais forte quanto mais grande se torna, quanto mais seu grito ecoa e ressoa nos estádios e nas ruas, como se pudesse, a partir do que acontece dentro de um retângulo de grama,
apossar-se das chaves do destino?
O que ocorre nestes momentos em que o grito mesmo desafinado ou ao fim já rouco de cada um de seus indivíduos anônimos se torna um brado, um grito de guerra, em que homens de hábitos simples, metódicos, operários, burgueses, funcionários, pequenos comerciantes e estudantes, e mais recentemente donzelas e donas de casa, se tornam"xavantes" e reverenciam seus guerreiros, seus pajés, suas divindades ?
Espero que Deus possa me perdoar mas que vontade, em vez de estar escrevendo sobre o fenômeno, de estar na arquibancada e me deixar incendiar, me deixar tomar por esta forma de paganismo e de êxtase.
Mas estar bem lá no meio, no núcleo ardente do vulcão, junto à charanga, é uma prova para iniciados. ( P.R.Baptista)

Nota: A filmagem inserida nesta postagem é produzida pelo Blog Xavante e tem a participação de Marcelo Barboza, Daniel Brahm e Samuel Mancini responsáveis pelo blog. A eles meus agradecimentos por terem concordado com a inserção e parabéns pelo valioso trabalho.

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