terça-feira, 1 de maio de 2012

Promoção



Haja paixão no futebol inglês. Na rodada que definiu os clubes promovidos para a Premier League (primeira divisão), a torcida do Southampton deu um verdadeiro show para demonstrar sua felicidade com o retorno à elite do futebol mais rico do planeta. Para comemorar, os torcedores transformaram o St. Mary's Stadium em um verdadeiro formigueiro humano.
Um dos times mais tradicionais da Inglaterra, os Saints, como são conhecidos, foram fundados em 1855 e passaram por grave crise desde o início dos anos 2000. O processe de reconstrução da equipe começou em 2009, quando o alvirrubro foi comprado por um bilionário alemão.
Fico pensando no dia em que o Xavante subir das séries em que está situado.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Embaixo de Temporal

A respeito da cena simplesmente transcrevo texto da assessoria do Clube acompanhadas da foto de Carlos Insaurriaga.


A chuva que caiu ontem a noite, em pleno segundo tempo de partida foi algo poucas vezes visto na Baixada. Um temporal com vento forte forçou o árbitro a paralisar a partida quando o placar era de 2x1 para o Brasil, gols de Jabá e Wender. Foi nesse momento que a torcida Xavante demonstrou o porque de ser a maior e mais fiel. Completamente encharcados, eles não pararam de cantar e pular um só minuto, ignorando a tempestade que caía.
Quando o jogo retornou deu tempo ainda de Leandro Ezquerra fazer o terceiro e a alegria do torcedor que não arredou o pé.
Final de jogo: Brasil 3x1 Rio Grande e a liderança do grupo.
Avante com todo o esquadrão rumo a primeira divisão!


Mas acrescento as palavras de Fabricio Cardoso, segundo o Nauro Júnior um dos maiores xavantes que já conheceu

Um gigante da Capital jogando pela Libertadores, futebolzinho na TV e um temporal de fúria caribenha desabando sobre Pelotas. Sabe onde estava a xavantada?
No estádio, encharcada, vendo o time numa partida ordinária da Segundona.
É por noites assim que eu sempre peço que não se confunda público/cliente com torcida.
Os primeiros se medem com ranking.
Os últimos, por gestos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Tese de Doutorado


Muitas vezes encontrei alunos de cursos de pós-graduação em dúvida quanto ao que pesquisar. Pergunto: pode existir material mais rico do que este? Um estratagema que as sociedades "modernas" adotaram foi conseguir que estas cerimonias sejam realizadas em ambientes fechados, monitorados por muitos guardas e, detalhe cheio de requinte, convencendo as pessoas a pagarem caro para estarem presentes.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O Brasil perdeu a Copa duas vezes.

Vinda de uma campanha nos últimos anos memorável, com a conquista , em meio a outras vitórias importantes em amistosos, da Copa América, da Copa das Confederações e a classificação antecipada, em primeiro lugar, das eliminatórias, a seleção brasileira nos 45 minutos do segundo tempo contra a Holanda viu tudo naufragar.

Em alguns momentos, debaixo da tempestade provocada através dos meios de comunicação por comentaristas, um deles com a espécie ameaçada de extinção, que assumem o papel de profetas e arautos, este naufrágio parecia iminente.

Mas só se consumou nesta Copa, nas quartas de final, diante de um adversário respeitável mas que, por enquanto, ainda não ganhou nenhum Mundial. Aliás as Copas nem sempre foram ganhas pelas favoritas nem por aquelas melhor qualificadas tecnicamente.

Começando pela derrota do Brasil na Copa de 50 ,vencida pelo Uruguai, tivemos ainda pelo menos as derrotas da Hungria em 54, da Holanda em 74 e do Brasil em 82 embora todas elas equipes que sobravam futebolisticamente .

Nessa Copa o Uruguai que, nas eliminatórias, perdeu para o Brasil por 4 a zero em Montevidéu e se classificou na repescagem, é o representante sul-americano remanescente na fase final ainda que com méritos.

A Copa do Mundo demonstra, assim, que por suas características nem sempre favorece as equipes melhor qualificadas.

A derrota da canarinho este ano, no entanto, não se deu sem luta, sem garra, quase desespero.

Em outro desfecho “trágico”, nossa vizinha a Argentina também naufragava. Só que sem reagir, sem forças para esboçar reação diante de uma goleada que se diria “humilhante” e sem que a alardeada “garra” portenha se fizesse presente.

Derrotadas no campo de batalha as duas seleções retornam de imediato a seus países nos primeiros vôos disponíveis.

Algumas semelhanças , no entanto, terminam por aí.

Chegando ao Brasil a delegação é fustigada por um punhado de repórteres e torcedores, estes últimos tipicamente aqueles que não encontram nada melhor para fazer. Um retorno melancólico, indigno, salvo apenas, ao que consta, pelos aplausos que o treinador Dunga recebe ao retornar ao sul.

Enquanto isto, mais ainda ao sul, em Buenos Aires, a delegação argentina é ovacionada ao retornar , onde a espera uma multidão maior do que a presente na despedida antes da Copa.

Em parte a manifestação pode ter a ver com o apoio a Maradona, apoio em alguns momentos meio fanático, e com o desejo de que permaneça como treinador na seleção.

Mas é também uma reação de solidariedade àqueles que procuraram, da melhor forma possível, representar o seu país, a sua pátria. Com bandeiras, tambores e camisetas, a recepção aos jogadores argentinos foi feita com cânticos e paixão num clima de jogo.

Entre os refrães um era dirigido ao Brasil que recebeu seus jogadores com insultos e agressões. "Brasilero, brasilero, que amargado se te ve, Maradona es más grande, es más grande que Pelé”.

A mesma Argentina que no campo de jogo tem sido superada pelo Brasil, consegue, assim, nos dar uma lição e nos superar em fidalguia.

Caberia, no mínimo, do mesmo modo como o presidente Lula se despediu da seleção em Brasília quando havia a perspectiva do hexacampeonato, ser recebida de novo e, assim como ocorreu no Chile, no Paraguai e certamente ocorrerá no Uruguai, ser dada uma demonstração de que a dignidade e o respeito melhor se demonstram na derrota.

domingo, 29 de novembro de 2009

Desabafo de um Torcedor

Ivan Schuster, torcedor rubro-negro, a partir dos fatos ocorridos no jogo contra o Internacional , de despedida do time xavante na temporada de 2009, que ficará para sempre marcada de forma dramática na lembrança de todos, faz um desabafo no Portal Xavante (http://www.portalxavante.com/ ) .
Sob o título “Lamentável” condena em termos indignados o procedimento de alguns espectadores presentes no estádio os quais, em um dado momento, provocaram o interrompimento do jogo ao jogarem objetos, inclusive pedras, dentro do gramado.
Num dado trecho afirma : Acham-se no direito de agredir e até matar, em nome de que, em nome de quem? Não em meu nome. Não em nome da Torcida Xavante e muito menos em nome do GEB. Não somos delinquentes, não somos covardes. Somos Torcedores dignos, apaixonados. Não queremos ser temidos, mas continuarmos a ser respeitados, admirados e até invejados. Somos a “Maior e Mais Fiel Torcida do Interior do RS”.

Considero o posicionamento deste torcedor exemplar em termos de apontar para uma postura nova que deve orientar todos que adotem a bandeira de um time e queiram o seu crescimento dentro de um clima em que a sociabilidade e formas sadias de participar dos eventos esportivos passem a prevalecer sobre interesses daninhos como o manifestado neste e em outros episódios relacionados ao futebol.
Parabéns a ele por colocar de público seu pensamento que tenho certeza é o da totalidade dos xavantes e compartilho de seu sentimento quando propõe, " pedir desculpas, em nome da grandeza de nosso clube, ao Sport Club Internacional, a FGF e a todos que assistiram as cenas lamentáveis. Ninguém merece ver aquilo. Tenho certeza que a diretoria do GEB tem trabalhado, e continuará trabalhando, para que nada disto ocorra."
Infelizmente mais do que a própria derrota em campo este fato trouxe desânimo a muitos torcedores.
Mas o time no todo saiu vitorioso e a torcida também. Num jogo em que necessitava reverter uma diferença de gols muito ampla, o estádio , no entanto, recebeu mais uma vez um grande público e brilhou, acima de tudo, a luz de um clube apaixonante. (P.R.Baptista)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Veados muito machos

Outra contribuição enviada pelo Victor Silveira que dá bem a dimensão do grau de paixão que desperta torcer pelo xavante.
"Não recordo o ano exato e nem qual o campeonato, mas era como só acontece com o meu GEB, uma disputa em âmbito nacional, mas foi por volta de 1999 ou 2000.
Eu estava morando em Curitiba, PR e soube que haveria um jogo em Paranaguá, cidade portuária distante aproximadamente 90 quilômetros de Curitiba, do time local, o Rio Branco contra o meu Grêmio Esportivo Brasil.
Em Curitiba, o Xavante é frequentemente citado como exemplo de paixão por parte da torcida e também pela grande quantidade de gaúchos que moram lá, principalmente os pelotenses formados na ETP.
Reunimos uma turma que lotou uma van alugada e um Monza e nos mandamos para lá, em número de 12 pessoas!
Chegando ao estádio, todos devidamente fardados, ao comprarmos os ingressos notamos desconcertamento do bilheteiro e vimos quando ele chamou o encarregado da segurança.
O encarregado quis saber se éramos os únicos torcedores e dissemos (mentimos) que não, pois estávamos a trabalho na cidade, mas que sabíamos que de Curitiba deveriam chegar uns 5 ônibus, fora os 10 que estavam vindo de Pelotas e de Santa Catarina.
O cara ficou danado pois disse que não tinha sido avisado de nada e improvisou um local para nós com cordas e 4 (quatro) policiais militares.
Nem preciso dizer a recepção que tivemos da torcida deles. Viados, era o que mais se ouvia!
Ainda bem que estava calor, pois o banho de cerveja que tomamos foi enorme.
Os times entram em campo, os jogadores do Brasil olham pra arquibancada e vêem aqueles 12 loucos pulando no meio da torcida adversária e vão até a tela.
O comandante dos policiais insiste em saber pelo resto dos ônibus que viriam e dissemos que não podíamos saber de nada, pois talvez estivessem presos na estrada etc. e tal.
Havia até uma rádio de Pelotas que entrevistou um de nós e nos chamou de heróis ( não lembro qual a rádio).
Para nossa sorte, infelizmente o Xavante estava mal e eles saíram vencedores, mas antes do jogo acabar eles nos chamaram para o meio deles para beber cerveja e acabamos contando que tudo era armação nossa pra não apanhar, quando um deles nos disse uma frase que nunca mais esquecerei:
VOCES SÃO VIADOS, MAS SÃO MUITO MACHOS PRÁ FAZER ISSO!
Depois disso, um palhaço pelotense quis ir para o meio deles com a camisa daquele timinho da Bento Gonçalves e acabou corrido e vaiado pela torcida do Rio Branco.
Nos convidaram a voltar a cidade para assar e saborear um verdadeiro churrasco gaúcho com eles, mas em seguida voltei para Pelotas e não sei se os que continuaram em Curitiba cumpriram a promessa.
Decididamente, só o Xavante para proporcionar alegrias e aventuras como essas. "

domingo, 27 de setembro de 2009

Torcendo ( contra) da Sacada

Recebo do Victor Silveira, ex-aluno da Escola Técnica, em complemento à crônica O Interlagos Conversível, o seguinte comentário que é uma preciosidade enquanto testemunho da paixão rubro-negra:
"Sou técnico em eletrônica e trabalhei durante algum tempo para um primo do Jorge Fontoura.
Certa feita, ele me pediu que fosse até o apartamento do Jorge para instalar um home-theater e fazer as conexões necessárias com a TV a Cabo ao aparelho.
Ficamos acertado de que o Jorge me apanharia depois que saísse do cursinho onde ele estava dando aula, já que eu não sabia onde era.
Qual não foi a minha surpresa quando o Jorge parou o carro na Amarante, atrás da Boca do Lobo. O apartamento era no último andar
Após executar o serviço, não pude mais conter a minha curiosidade e perguntei:
Jorge, como que tu, um Xavante de carteirinha, consegues morar logo atrás do chiqueiro “deles”?
A resposta dele foi uma coisa de mestre:
Cara, em dia de jogo “deles” pego a minha cadeira, visto a minha camisa do Xavante e foguetes e me vou pra sacada!
A cada gol dos adversários eu solto foguetes, dou gargalhadas e os caras ficam doidos me olhando da arquibancada deles!
Não sei se ele mora ainda ali, mas se perguntarem, ele vai confirmar! "

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