segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Interlagos Conversível

Falei com o Jorge Fontoura, poucas vezes, mesmo sendo ele xavante e colunista.Mas sempre que cruzo por ele na rua, por acaso, não posso deixar de me lembrar do Interlagos conversível , pretinho, que quase comprei dele. Já não me lembro porque queria vender , na época não tinha o valor que tem hoje, só me lembro o motivo que não me fez comprar. Levei em um mecânico para ter uma opinião e, como o carro era de fibra, me desaconselhou. Os carros de fibra eram raros e havia um certo mistério quanto a trabalhar com eles.
O Jorge acabou vendendo o carro, talvez se arrependa tanto quanto eu, e nunca mais vi aquela relíquia.
Para me consolar comprei um Puma, também conversível, mas não é a mesma coisa.
Agora fico conhecendo melhor seu trabalho como colunista.
Destaco, para incluir na seção Cronicas , "Meus 15 minutos de série B do brasileiro". Relatando como passou o dia do jogo com o América Mineiro, conclui dizendo : "lá se foi a minha festa, lá se foi a minha série B do Brasileiro...mas ainda nos resta a sèrie B do campeonato Gaúcho.Que venham os grandes:São Paulo,Guarani,Milan,Flamengo, Cruzeiro... é o que está nos esperando no ano que vem!"
Boa dosagem de esperança, de euforia e de desilusão. Mas sem perder o humor, sem perder, por um único instante, a alegria de ser xavante.(P.R.Baptista)

domingo, 30 de agosto de 2009

Primeiro Jogo

Recebo do torcedor Gerson de Ávila Farias, em comentário feito na comunidade G.E.Brasil- Xavante( orkut) sobre o site Xavantada, um interessante texto que foi incluído em Cronicas. Relatando a experiência de seu primeiro jogo, pergunta: "Como esquecer esta paixão encravada no nosso coração? "
E lembra Torino, Enio Souza...
Pois a vertiginosidade do futebol empresarial, no qual se criaram "janelas" , como a do futebol europeu, por exemplo, e todo o tipo de "corredores" pelos quais os jogadores se evadem, tirou algo muito valioso de nós torcedores.
A convivência com os jogadores, com o "time"( entendido como uma formação duradoura) passou a ser mais fugaz.
Por isto as lembranças já não se gravam de forma tão indelével como nos momentos registrados na cronica recebida.
Mas o exercício da memória deve ser sempre mantido para que possamos, mais tarde, nos reencontrarmos de novo com os estádios que frequentamos hoje e com as pessoas, amigos e torcedores, às quais num dado momento estivemos unidos por este sentimento que é tão forte.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Gol Inesquecível

Estou atrás do gol da Gen. Netto, eu e meu pai, estamos de pé, junto da tela, bem próximos da bandeirinha de escanteio, a do canto da João Pessoa.
O campo, como em tantas outras vezes, está cheio. Com motivo: o Xavante disputa a final da divisão de Ascenso contra o Riograndense. O jogo está empatado e este resultado não serve para a classificação.
Lembro que o jogo está no final. Acho que já quase aos quarenta do segundo tempo.
Estou junto da linha de fundo e está por ser batida uma falta contra o visitante, não muito longe da goleira.
As faltas importantes, que podem decidir um jogo, os penâltis por exemplo, penso que não deveriam ser executadas no momento de serem cometidas. Nelson Rodrigues criou a frase, hoje incorporada ao glossário do futebol, de que os penâltis deveriam ser cobrados pelo presidente do clube.
Acho que o jogo deveria ser suspenso e só ser reiniciado uns dias, talvez até uma semana, depois.
Enquanto isto a bola ficaria lá, no local da falta, como um foguete pronto a ser lançado ao espaço. Se tratar-se de um penâlti a expectativa seria como a de uma execução sujeita à comutação no último momento.
Neste dia, contudo, a demora é de uns poucos minutos. Parece uma eternidade mas é só o tempo necessário para o batedor acomodar a bola, o time adversário formar a barreira, o goleiro dar uma última vista de olhos para ver se está tudo conforme julga mais adequado.
O juiz ainda faz uma inspeção na distância da barreira e levanta o braço para apitar.
Pena não me lembrar de outros detalhes. Como disse meu pai está ao meu lado, mas não lembro de sua fisionomia, não lembro se o dia estava ensolarado ou nublado. Perdi a memória inclusive da escalação do Brasil. Só lembro do cobrador da falta, naquele momento ele corporifica o time inteiro: Spilmann. Era um exímio batedor de faltas, a expectativa de que fizesse o gol era, portanto, bem fundamentada.
Mas os detalhes talvez não sejam o mais importante. Para mim fica a lembrança do momento, do quanto é decisivo para a vida do time e que estou ali, testemunha de sua ocorrência. Seu maior significado, além disto, é a presença, comigo, de meu pai.
Além, evidentemente, que viajando pelo alto, como uma ave em seu mergulho, a bola vai encestar-se quase na forquilha da trave, fora do alcance do goleiro.
E o xavante está de volta à Primeira Divisão!
(P.R.Baptista)

Hora de Reflexão

As disputas esportivas, hoje, são quase ininterruptas, um torneio se sucedendo ao outro ou, até mesmo, vários sendo realizados simultâneamente o que exige a movimentação de uma estrutura de proporções gigantescas. No caso do futebol isto é ainda mais acentuado pelos interesses econômicos que, a cada dia, tomam mais vulto envolvendo somas em dinheiro que nos deixam estupefatos. Mas o torcedor ,que vai ao jogo torcer pelo seu time na arquibancada, nem sempre está tão atento a estes detalhes, tudo que espera é ver seu time vencer, tornar-se mais forte, se possível imbatível. Isto, contudo, se sabe, exige esforços e investimentos que nem sempre estão ao alcance do clube.E a derrota, tendo por consequência a perda de um título, de uma classificação, é vista às vezes como uma catástrofe, como uma calamidade. Será?
Me arriscaria dizer que podemos aprofundar muito mais nossa relação e afeição por um time quando ele parece perdedor do que o contrário. No caso do nosso xavante vamos ter a missão de acompanhá-lo este ano na Copa Arthur Dallegrave e, o ano próximo, na segunda divisão do campeonato gaúcho e na série C do Nacional.
Cabe, portanto, fazermos disto algo prazeiroso e , cada vez que estivermos assistindo um jogo, termos a convicção de que o fato de estarmos ali presentes já é, por si só, algo que deve nos dar uma grande satisfação e alegria (P.R.Baptista).

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